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Considerações Básicas Sobre a Sociedade Familiar

Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.

Com o desaparecimento dos reinos, perdeu-se praticamente todo o entendimento sobre o que um reino é. Antes mesmo de desaparecerem, houve muitos reinos que se desnaturaram. Com a hegemonia do pensamento democrático, qualquer ensino a respeito do reino foi sufocado. E para aqueles que se consideram monarquistas é de vital importância que se conheça sobre o reino, pois de outra forma estarão sob a direção do pensamento democrático. É preciso conhecer os fundamentos e princípios da sã doutrina que respeitam ao reino, ao menos as noções rudimentares sobre sociedade, família, Estado, e atributos do “chefe do executivo”. O que é um reino e suas noções rudimentares é o que se expõe abaixo.


Uma sociedade pode ser entendida como a união de pessoas e recursos materiais voltados para a consecução do bem comum. A sociedade move-se e age em conjunto em decorrência de um liame subjetivo. O bem auferido pela sociedade é compartilhado por todos, ainda que possam haver gradações na distribuição do bem. Isso significa que só participa dos “lucros” da sociedade aquele que faz parte dela. Assim sendo, em uma sociedade sadia não há nenhum integrante que seja preterido na distribuição do bem. Quando houver integrantes que não recebem do bem auferido pela sociedade, pode tratar-se de duas sociedades distintas, onde uma exerce um controle parasita sobre a outra. É importante assimilar a noção de que uma sociedade é semelhante a um corpo, onde os integrantes, orientados pela cabeça, desempenham funções específicas e distintas, formando um todo indissolúvel, de tal forma que a perda de um dos integrantes é como a perda de uma parte do corpo. Nesse ponto, deve-se considerar que o maior bem de uma sociedade a ser defendido é a sua própria existência. Há momentos em que os conflitos internos acarretam desmembramentos consecutivos, pondo em risco a sua sobrevivência. A conveniência e oportunidade devem estar permeadas de temperança quando se tomar decisões que impliquem a necessidade extrema de amputação de um de seus membros. Mas a sociedade jamais pode tolerar a existência de um integrante que a ameaça de contínuo ou promove a sua desintegração.


A família é uma estrutura política.

A família é um fenômeno divino. É a forma pela qual Deus decidiu organizar os céus. O Senhor Jesus Cristo chama a Deus de Pai. E por haver uma relação de simetria entre Deus e o Homem, a família se tornou também um fenômeno humano. E a principal relação entre Deus e o Homem é a demonstração do domínio. Deus criou um Homem dominador sobre todas as criaturas do planeta Terra para demonstrar uma faceta de sua natureza divina que é o domínio. Portanto a característica mais importante do fenômeno familiar é sua estrutura, que é política. A família é uma estrutura política; é a forma pela qual o Homem se organiza. E por ter o Homem sido criado por Deus, tudo o que o regula é considerado Direito Divino.


E justamente por ser uma estrutura política, a família é hierárquica. Isso também foi estabelecido por Deus quando criou o homem e a mulher. Deus fez daquele o chefe, e desta a adjutora. A mulher é subordinada hierarquicamente ao homem. Os filhos do casal também são subordinados aos pais. Entretanto, quando o filho mais velho, o primogênito, chega à idade varonil, alcança um patamar hierárquico superior ao da mãe. Os irmãos também obedecem à uma hierarquia que obedece ao critério cronológico. E é esse critério cronológico que estabelece o direito de governar. Deus criou um critério objetivo, visível, de fácil entendimento, para determinar as lideranças familiares. Mas uma família não é composta somente de pai, mãe e filhos: também compõe-se de netos e avôs, e em alguns casos, de bisnetos e bisavôs. O chefe de uma família é o seu integrante mais antigo que possua o Direito de Primogenitura, que é o direito de governar. Quando esse chefe morre, o Direito de Primogenitura obedece à vocação hereditária. Quem passa a liderar a família é o filho mais velho, que não tendo perdido o Direito de Primogenitura por alguma causa considerada grave pelo pai, assume o comando da família. Subordinam-se a ele todos os demais familiares, embora possam ser mais velhos, como tios e tias, ou possam ser mais ricos, ou mais inteligentes, ou mais atléticos, ou mais carismáticos. Nada disso determina o direito de governar, mas sim o critério cronológico criado por Deus. Mas, juntamente com esse critério, existem dois outros que não serão contemplados agora.


A família é a sociedade por excelência, pois é a primeira sociedade da qual o Homem faz parte! A família é a célula mater da sociedade. A família dá origem ao Estado, aqui compreendido como o conjunto: governo soberano, povo e território. A família é, desde o seu nascedouro, monárquica. Se Monarquia é o governo de um só, então todas as famílias são pequenas monarquias. Pode-se dizer que a criação do Homem colimava a formação de uma vasta monarquia, pois já continha sua semente. Quando uma sociedade amadurecia, surgia o rei, que se pode considerar o ápice do desenvolvimento monárquico. O próprio Jesus se referia ao porvir nestes termos: “O Reino dos Céus”. É na monarquia que se encontra “a família real”. Pode-se dizer que é real em oposição a ideal. A família é um fenômeno natural, real. Ora, tudo o que deriva daí é real. O Direito de Primogenitura, por exemplo, é um fenômeno existente em função da existência do Homem. E é por isso que se diz um “direito divino”, pois é um critério objetivo criado pelo próprio Deus. Já as outras formas de organização política, como as democracias, nasceram em função de idéias. São fruto de convenções. Não existe nada mais natural, nada mais real do que o nascimento de uma pessoa. O reino é uma sociedade política. O reino é o Estado real.


Por fim, é importante lembrar de dois atributos do governo familiar: o alfa e o ômega. A Bíblia diz que Deus é o Alfa e o Ômega. Muitos entendem que isso significa “o princípio e o fim”. E realmente é verdade: esses dois termos significam princípio e fim. Mas existe um sentido mais abrangente para esses termos: preferência e decisão final. Todo chefe de família, especialmente o chefe do Reino, é um alfa e ômega. Isso porque o alfa quer dizer que esse chefe precisa receber a primazia em todas as coisas. Esse princípio está presente na Bíblia quando o Senhor exige que se lhe dê o primogênito das ovelhas, das vacas, etc. Também na exigência do dízimo. Não é simplesmente pagar o dízimo, mas também que esse dízimo deve ser separado e dado ao Senhor antes de se gastar em qualquer coisa. Tudo o que for dado ao Senhor deve ser o melhor que há, e deve ser dado antes de qualquer outra coisa. Até mesmo o cumprimento respeitoso ao chefe de família é decorrência do tratamento a ser dado a “um alfa”. O ômega diz respeito à decisão final. A mulher foi feita adjutora, e isso é como uma assessora. A mulher realiza um trabalho de administração do lar, e por isso mesmo deve estar alertando ao homem sobre tudo o que concerne às suas decisões. Portanto, a mulher não pode se sobrepor ao homem, decidindo por ele, mas pode, e deve, assessorar o homem em suas decisões. Também qualquer outro integrante da sociedade familiar poderá estar apresentando o seu parecer sobre qualquer negócio, entretanto a decisão final compete ao chefe da família. Em contraste com essa realidade do fenômeno familiar estão as idéias adotadas pelas formas de organização política convencionadas, como por exemplo a Lei do Poder Familiar e a do Nepotismo. Outra expressão ideal criada para substituir as regras de direito divino é o voto de Minerva e o colegiado. O “consenso”, isto é, o colegiado, substitui a decisão do ômega. O voto de Minerva é assim chamado por dar a entender que a decisão seria considerada a mais acertada, a mais sábia. Tem-se então a votação que se opõe à consulta ou parecer dos subordinados, e o voto de Minerva que se opõe à decisão do ômega.

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