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A UNIÃO IBÉRICA – 1580 a 1640

AS ORIGENS DO "ENTREGUISMO"


O Brasil de hoje parece ter futuro incerto. Reclama-se por toda parte de agentes públicos, de setores da sociedade que se reputam os mais favorecidos, e até mesmo da inércia de todo o povo: dos mais simples aos mais abastados. Por que um povo tão vivaz, com uma cultura tão exuberante não consegue ser dono do próprio destino? Por que o povo olha para suas autoridades como subservientes, cedendo a toda imposição contra os interesses nacionais, “entregando” o Brasil? Por que um povo tão aguerrido consegue dominar um território tão vasto para depois deixar que lentamente os estranhos lhe suguem as riquezas e o desmontem em detrimento de si mesmo que nele habita? Talvez estejamos mesmo sob o efeito daquela “melancolia do poder”, que nos faz odiar aquilo que amávamos por nos ter ferido o orgulho. E isso em decorrência de uma sonegação histórica, que esconde os fatos que permitem alterar a condição em que nos encontramos, daqueles fatos que revelam quando e quem entregou. Porém, antes mesmo do Brasil, a primeira coisa que se entregou foi a cabeça de reino: Portugal.


A Batalha de Alcântara foi resultado da disputa sucessória ocorrida em Portugal depois da morte de Dom Sebastião, último descendente do Rei Dom João III. Teve lugar na Ribeira de Alcântara, onde antes havia também ali uma ponte muito antiga, de mesmo nome, mas que agora jaz soterrada sob um cruzamento de rodovias muito movimentado. Foi ali, nas proximidades da agora inexistente Ponte de Alcântara, onde se travou a Batalha de Alcântara, que, para Portugal, teria um infeliz desfecho e mudaria sua história para sempre, bem como a história de todos os seus territórios ultramarinos, chamados de colônias. Curiosamente, eleva-se ali na Ribeira de Alcântara a Ponte Vinte e Cinco de Abril, uma das obras de engenharia de maior destaque em Portugal, ligando aquela localidade à Almada, no Distrito de Setúbal. É intrigante esse contraste: A imponente Vinte Cinco de abril ante a soterrada Ponte de Alcântara. Seria uma maneira inconsciente de aliviar a dor daquela amarga derrota, que deixou o orgulho tão ferido? Embora nunca se possa saber a resposta para essa indagação, pode-se trazer à luz um dos fatos mais marcantes da história de Portugal, mas que ao mesmo tempo está tão soterrado e esquecido quanto a pequena Ponte de Alcântara. É preciso chamar a atenção para esse momento porque o resultado daquela batalha determinaria todo o futuro lusitano, a exemplo da vitória de Roma sobre os cartagineses, que determinou o caminho que percorreria a história dos povos europeus. Foi depois da Batalha de Alcântara que Portugal foi anexado pela Espanha, formando assim a União Ibérica, um projeto antigo acalentado por Castela. Dessa forma, a Espanha passava a ter o domínio completo do mundo das navegações. Os efeitos dessa união foram funestos para Portugal e seus territórios ultramarinos. Aquela união foi forjada sob a perfídia e a traição. É ali a origem do “entreguismo” do Brasil.


E este é um dos primeiros fatos que sofrem com a sonegação histórica: DOM ANTÓNIO FOI COROADO REI, sendo cumpridas todas as formalidades da época, e tendo o reconhecimento das demais nações, especialmente França, Inglaterra e Holanda.

A confusão ocorrida na crise sucessória de 1580, deveu-se à autotutela de interesses de certos atores da época, que dolosamente violaram direitos consagrados pelas leis, pela tradição e pelos costumes de então, agredindo-se o Reino e a Monarquia de Portugal. É lastimável constatar que foram desprezados até mesmo os mais rudimentares princípios que regem a Monarquia. Este regime é uma estrutura de poder que brota da realidade familiar, onde o aparecimento do rei é o último estágio de seu amadurecimento. E por isso, como de costume numa monarquia, é condição sine qua non para a sucessão do trono que se obedeça ao fundamento da primogenitura, também conhecido como Direito de Primogenitura, pelo qual, entre outros, se atende a um critério cronológico: o de nascer primeiro; e a um critério de gênero: o da varonia. Com a morte do rei português, Dom Sebastião, em Alcácer-Quibir, no ano de 1578, sem deixar herdeiros, e seguindo-se a linha sucessória de então, tem-se a seguinte situação: Dom Sebastião era o único sucessor de Dom João III, portanto o próximo a suceder seria Dom Luís, o secundogênito. Como este já falecera, um de seus filhos é o próximo na ordem sucessória: o então Prior do Crato, Dom António, que foi aclamado o Rei de Portugal, sendo ungido e coroado após assembléia das Côrtes. E este é um dos primeiros fatos que sofrem com a sonegação histórica: DOM ANTÓNIO FOI COROADO REI, sendo cumpridas todas as formalidades da época, e tendo o reconhecimento das demais nações, especialmente França, Inglaterra e Holanda, não sendo reconhecido somente pela Espanha, pois o rei espanhol sustentava pretensão ao trono de Portugal, pretensão essa não amparada pelo Direito, como exposto acima.


Diante da coroação de Dom António como Rei de Portugal, Filipe II de Espanha não tardou em dar sua resposta: invadiu Portugal com quantas forças possuía. Contava ele com o apoio de boa parte da nobreza lusitana que restara da fatídica Batalha de Alcácer-Quibir, e aproveitava-se daquele momento em que Portugal havia perdido praticamente todo o seu exército naquela batalha, na qual muitos nobres portugueses pereceram. Naquela altura, o refugo da nobreza de Portugal pendia a favor de Filipe II, que os conjurara. E para os manter cativos, redigiu documento onde constava a assinatura e a marca de cada um deles. Deste modo ficaram reféns de Filipe II, impedindo-lhes de futuramente negar o pacto feito. Entre eles o Duque de Bragança, um dos mais ardorosos defensores de Filipe II. Aquele foi o documento da entrega, da traição à pátria. Por isso mesmo surgiu a expressão “bons portugueses”, em contraposição àqueles que se diziam portugueses mas serviam a interesses estrangeiros. Filipe II anunciou uma grande recompensa a quem matasse o Rei Dom António à traição, porém nenhum dos que lhe eram mais chegados e ninguém do povo levantou contra ele a mão. Mas alguns poucos soldados seus sucumbiram à tentação da recompensa de Filipe II, e, no campo de batalha, um deles encontrou uma oportunidade de se aproximar e disparar quase à queima-roupa contra o Rei, atingindo-lhe a cabeça logo no início da batalha. Foi ferido pelos entreguistas, mas não morto. Dessa maneira, tinha o Rei português combates internos e externos. Ante os vinte mil soldados experientes do Duque de Alba, um verdadeiro exército multinacional integrado também por soldados alemães e italianos, os quatro mil soldados do Rei Dom Antônio não puderam resistir, sendo mais da metade deles camponeses treinados às pressas. Dom António fugiu para Lisboa para receber tratamento das feridas, mas não pôde esperar, pois se dali não se retirasse, os espanhóis prometiam invadir, saquear e queimar a cidade. Pôs-se então em fuga.


Sob a União Ibérica, Filipe II ordenou que as crônicas portuguesas, e vários registros e documentos, fossem reescritos. Começou aí a sonegação histórica.

Embora expulso de Portugal, o Rei Dom António jamais poupou nenhum esforço para expulsar o invasor. O alto clero não lhe era fiel, mas o baixo clero foi-lhe fiel a ponto de muitos padres e outros religiosos serem mortos. Contando com o apoio de Inglaterra, o Rei Dom António fez algumas investidas diretamente ao território português, mas não obteve êxito. Numa dessas investidas, o Duque de Bragança fez questão de fornecer dois mil soldados para ajudar na defesa de Lisboa, reafirmando assim sua lealdade ao invasor. Na verdade, os braganças sempre procuraram se manter próximos à linha sucessória do trono português, valendo-se de títulos e casamentos, esperando pacientemente pela oportunidade com que sonhavam de ascenderam ao trono. Sob a União Ibérica, Filipe II ordenou que as crônicas portuguesas, e vários registros e documentos, fossem reescritos. Começou aí a sonegação histórica. Filipe II passa a contar, sob a ótica de Castela, toda a história portuguesa, desde o nascimento da nação. Os livros e documentos originais sumiram, cedendo lugar para os documentos reescritos. E o mais grave: lançou toda lama que pôde para destruir a reputação não só do Rei Dom António, como também de seu pai Dom Luís, aquele de quem se dizia que pare ele “só lhe faltou o reino”, visto sua pessoa ser tão insigne aos olhos dos reinos europeus. E, à maneira de um faraó, mandou mesmo retirar o nome do Rei Dom António do rol dos reis portugueses, atribuindo-lhe em todos os documentos o título de Prior do Crato. Filipe também levou tudo o que pôde para Castela: tesouros, quadros, tapeçarias, e tudo o mais de valor que encontrou. Exemplo disso são as conhecidas Tapeçarias de Pastrana, um conjunto de grandes dimensões, contendo episódios da conquista da Arzila e Tânger, mandadas fazer para comemorar as vitórias do Rei Dom Afonso V nos idos de 1471. Foi o preço que Portugal pagou. Os nobres que apoiaram Filipe II nunca receberam pela traição as riquezas ou reconhecimento que esperavam, mas deixaram que tudo fosse levado de Portugal. Enquanto esteve sob a União Ibérica, se havia gastos, eram os cofres portugueses que pagavam; se havia guerras, eram os contingentes portugueses a serem primeiramente enviados. A União Ibérica duraria 60 anos, mas a subserviência, o entreguismo e a sonegação histórica continuariam por séculos.


Mesmo com o ouro das Américas e da África, a Espanha não conseguiu manter-se no controle do mundo. A estratégia de Holanda, Inglaterra e França obtinha excelentes resultados na pilhagem dos navios que vinham do Novo Mundo. A primeira pilhagem feita por um navio pirata inglês a um navio espanhol trouxe tantas riquezas à Rainha Elizabete que pagou todas as dívidas que a Inglaterra tinha e ainda financiou aquele reino por um ano. Isso com o ouro de apenas um navio. Inglaterra e França então perceberam que era mais vantajoso continuar a guerra contra a Espanha do que lutar por colocar Dom António novamente no trono. Se Dom António retornasse, não poderiam aqueles reinos continuar a atacar as colônias portuguesas em razão da aliança firmada com o rei degredado. Daí a razão das invasões francesas, inglesas e holandesas em territórios portugueses. Mas estando nas mãos de Espanha, tinham a desculpa de estar em guerra para libertar Portugal. Essa guerra culminou na Batalha Naval de Gravelines em que a “invencível armada” foi... vencida. Mais uma vez aqui a sonegação histórica: um dos motivos mais importantes, que levou àquela batalha entre espanhóis e ingleses, foi a anexação de Portugal. O tempo foi passando e o Rei Dom António viu exauridos todos os recursos de que dispunha. Já não dispunha de dinheiro nem para as despesas pessoais. Foi assassinado num castelo em França. Seus filhos casaram na casa holandesa de Orange. De novo, a sonegação histórica sobre a invasão holandesa impede também o entendimento da história do Brasil. Casados naquela casa holandesa, e em razão do compromisso feito com o falecido Rei Dom António, os holandeses inicialmente pretendiam manter aquele território brasileiro para financiar e propiciar a reconquista de Portugal, fazendo com que o descendente do Rei Dom António reocupasse o trono português. Mas muitos anos haviam se passado. Era difícil que o povo português aceitasse um soberano que não possuía a mesma língua, e que tinha se tornado protestante. Assim, a Holanda seguiu o mesmo caminho de Inglaterra e França: já não havia interesse em restaurar o trono português para um dos descendentes de Dom António.


E este é um dos fatos de maior contradição na história portuguesa, e que foi elidido pela sonegação histórica: a ascensão do Duque de Bragança ao trono. Justamente aquele que fôra um dos traidores que se aliara ao invasor espanhol.

Em 1640 surge aquela oportunidade a tanto tempo esperada pelos braganças: a “Restauração”, que na verdade não restaurou coisa alguma, mas significou uma usurpação do trono real português. E este é um dos fatos de maior contradição na história portuguesa, e que foi elidido pela sonegação histórica: a ascensão do Duque de Bragança ao trono. Justamente aquele que fôra um dos traidores que se aliara ao invasor espanhol. Se o Duque tinha reconhecido o direito de Filipe II ao trono português, prestando-lhe vassalagem sob juramento, e ajudado-lhe a expulsar o Rei Dom António, como poderia agora se fazer proclamar rei? E mesmo sabendo que não era o sucessor legítimo ao trono, o Duque de Bragança, agora entronizado, continua com a sonegação histórica, mantendo o discurso de Filipe II que negava o direito do Rei Dom António ao trono, e produzindo toda uma documentação que pudesse afirmar a ele, bragança, como legítimo sucessor. E é assim que também assalaria oficiais e escritores para manter enclausurado o fantasma da legitimidade dos futuros sucessores de Dom António, da Dinastia de Avis. É o caso das “Provas Genealógicas da Casa Real Portuguesa”, obra pela qual aquele usurpador intenta apagar o rastro de qualquer descendência do Rei Dom António. Na invasão espanhola que levou à União Ibérica, como falamos acima, Dom Teodósio Bragança, com a alma fervorosa por servir ao invasor, raptou duas filhas do Rei Dom António, e as levou para o mosteiro de Huelgas de Burgos, em Castela. Aqui está revelado o caráter dos braganças, nas mãos tintas do puro sangue português, que entregou vidas para satisfazer o desejo do inimigo da nação. Entretanto, um grupo de ginetes entrou em território espanhol e foi até aquele mosteiro, e conseguiu reaver uma das meninas. Exigiu-se rapidez da ação de tal forma que não puderam salvar as duas. A menina foi passada por uma janela aos braços de um dos ginetes que, ao recebê-la, já saiu em disparada. Levaram-na a salvo e em segredo, valendo-se dos mesmos artifícios que usara o Rei Dom António, quando permaneceu durante seis meses em fuga no seu próprio território, evitando o encontro com tropas espanholas, vivendo do socorro de populares, abrigando-se em qualquer casa que pudesse lhe dar abrigo, muitas vezes escondido no meio das matas, e até mesmo dormindo em cavernas. Levaram aquela menina para um navio que zarpou para o Brasil. Entraram pela Capitania do Espírito Santo. Ainda moraram no navio algum tempo até que pudessem levantar uma casa. A última descendente do Rei Dom António, que não se ligou à família holandesa de Orange, passou a viver no Brasil. E foi esse o fantasma que justificou a sonegação histórica, começada por Filipe II de Espanha, e continuada pelos ilegítimos braganças. Não foram eles reis, mas se apossaram clandestinamente do trono.


Claramente se percebe que o apogeu português findou no século XVI. A partir do momento em que Filipe II funda a União Ibérica, Portugal vai rumando lentamente para o seu ocaso. Daquele grande império não resta quase nada porque o processo de entreguismo nunca parou. E a partir da “Restauração”, para exercer controle no plano interno, o Duque de Bragança se vale da sonegação histórica, enquanto no plano externo ele continua com o mesmo comportamento entreguista que demonstrou ao trair sua nação e apoiar os invasores espanhóis. Realmente, essa foi a grande tragédia portuguesa. Para se ver reconhecido pelas outras nações, especialmente aquelas que haviam apoiado pelas armas o Rei Dom António, o Duque começa a negociar boa parte dos territórios ultramarinos portugueses. E é assim que se define o mapa da colonização mundial. França, Inglaterra e Holanda passam a ter acesso também à África, Ásia, Oceania e Américas. No caso específico do Brasil, muito cobiçado por todas as nações, não foi ele propriamente negociado, mas sim suas riquezas. Concedeu-se privilégios exclusivos de comércio e exploração, especialmente a mineração, em troca da eliminação total dos descendentes do Rei Dom António. Essa é outra face do “entreguismo”. Os privilégios concedidos no decorrer do tempo pelos braganças, especialmente aos ingleses, como o Tratado dos Panos e Vinhos, fizeram com que as riquezas do Brasil rumassem para a Inglaterra e outros países acobertadamente. É onde se pergunta: “O que fez Portugal com o ouro do Brasil?”. Nada pôde ele fazer, mas aqueles que se beneficiaram com aquela riqueza se desenvolveram para um patamar além das navegações, criando as grandes revoluções industriais, expandindo o seu grande império para todo o mundo. É de pasmar a força que aqueles países estrangeiros sempre tiveram sobre o Brasil durante tantos séculos! O que teria sido tratado nos bastidores para que ainda fossem abocanhados, justamente por aquelas nações, os territórios da Guiana, Guiana Francesa e o Suriname?! A “Restauração” foi o estabelecimento de uma relação parasita, mas neste caso o parasita submete o hospedeiro em razão dos tratados firmados, muitas vezes ocultos, dos quais este não consegue se libertar até que fato superveniente venha mudar a História.


A União Ibérica representou o desterro para o Rei Dom António e seus descendentes, bem como um trauma para todos os habitantes de Portugal continental e ultramarino. A “Restauração” foi a mordaça e as amarras que estabeleceu o império da ignorância e da fraude. Aquele ramo descendente do Rei Dom António permaneceu em solo brasileiro também esperando por uma oportunidade que os pudesse recolocar no seu lugar de direito. Eles teriam que viver no anonimato até que aquela situação mudasse. Já não tinham recursos financeiros ou humanos para realizar qualquer guerra. Já estavam esquecidos. Algumas vezes tiveram que abandonar suas habitações e seus negócios para se refugiar em lugares de difícil acesso, e até mesmo entre os índios puris. Aquele ramo se frutificou e se espalhou pelo território brasileiro, agora acalentando a esperança de um dia poder trazer à luz toda essa verdade, e serem novamente reconhecidos como os legítimos sucessores da Coroa Real portuguesa. Ao que tudo indica é a única via para eliminar os males da sonegação histórica e do entreguismo que assolam Portugal, Brasil, e demais nações de língua portuguesa. Males que provocam essa melancolia no coração desses povos. A partir do ano 1800 em diante houve uma onda de pranto derramado em criações artísticas literárias a cantar a dor, a tristeza e a morte como nunca. Um dos célebres poemas de Álvares de Azevedo, “Se eu morresse amanhã”, 1831, aponta esse estado de alma, em especial da alma portuguesa, gerado pela perda dos seus reais líderes; pela perda do bem e respeito que gozavam entre as nações; pela perda da honra, e pela perda do nome de seus pais. De um momento para outro, decaídos da glória que tinham, cabisbaixos a viverem a servidão como povos inferiores, ficaram sem defesa, órfãos rejeitados pelo mundo. A alma, em permanente luto, entrega-se à tristeza, à lassidão, indagando por respostas para a incompreensível perda. A perda era tão grande que tomaram dela consciência aos poucos. Só então, atônitos se interrogam: “onde está minha família”? “O que foi feito de minha casa”? “Como posso reunir forças para lutar contra isto“? Não mereço esse tratamento mas como combatê-lo”? O que se pode esperar é que, corrigindo esse erro histórico, possa-se alcançar o bem que todos esperam, que gere a cura da alma desses povos. Tal qual nos casos em que os investigadores de acidentes aéreos não cessam até descobrir onde foi a falha para corrigi-la, para assim garantir-se que ela não se repetirá, também é preciso corrigir esses erros, pois além de extremamente prejudiciais, continuarão gerando muitas outras situações lastimosas enquanto perdurarem. Há uma descendência legítima da Dinastia de Avis habitando no Brasil, acompanhando o desenrolar da história, e também sofrendo os pesares do povo por tudo o que lhe acontece. E agora apresenta-se momento oportuno de reverter toda essa situação degradante em que vive não só o Brasil, como Portugal e as demais nações de língua portuguesa. É tempo de um real despertamento e verdadeira mudança.

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